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  • Foto do escritorLiss INPE

FATORES DE DEGRADAÇÃO FLORESTAL ATUANTES EM DIFERENTES ESTÁGIOS DA FRONTEIRA AGROPECUÁRIA NA AMAZÔNI

Dissertação de Mestrado em Sensoriamento Remoto de Vinicius do Prado Capanema

RESUMO

A intensificação da ocupação da Amazônia brasileira, decorreu de um conjunto de ações do Estado a partir da década de 60, que tinha como intuito promover a integração e o desenvolvimento dessa região. Dentre os principais impactos gerados, destacam-se o desmatamento, que pode ser entendido como a remoção completa da vegetação em um curto período de tempo, e a degradação florestal, que é a alteração da vegetação à longo prazo devido a exploração seletiva de madeira e a ação de fogo florestal. Muitos estudos têm sido realizados com objetivo de avaliar e compreender o desmatamento e a degradação florestal, contudo, a degradação ainda é pouco compreendida. O estudo da degradação florestal requer longos períodos de observação, pois as alterações na vegetação ocorrem de maneira gradual ao longo do tempo. Os fatores que causam, interferem ou intensificam a degradação florestal podem variar ao longo tempo e podem se relacionar com o estágio de desenvolvimento da região onde ocorrem. Partindo dessa premissa, o objetivo dessa pesquisa é determinar se o conjunto e a contribuição (peso) dos fatores que interferem na degradação florestal se modificam ao longo do tempo. Para tal, foi utilizada uma base de dados anual de degradação florestal de 31 anos (1984-2015) originada da integração de dados de degradação florestal produzidos por Pinheiro no período de 1984-2011, e de dados gerados neste estudo para o período de 2012-2015, para a cena 226/068 do sensor TM/Landsat em que se insere o município de Sinop, MT, região de fronteira madeireira na Amazônia. Os dados de degradação florestal gerados neste estudo utilizaram os mesmos procedimentos metodológicos empregados por Pinheiro (2015) que contou com uma etapa de classificação espectral para extrair os elementos indicadores de degradação florestal como pátios de estocagem de madeira, trilhas de arraste e fogo florestal; e uma etapa de classificação estrutural que categorizou esses elementos de acordo com uma tipologia de padrões de degradação florestal. A série histórica de degradação florestal foi dividida em três períodos, 1984 a 1994, 1995 a 2004 e, 2005 a 2015. A definição desses períodos baseou-se na análise de marcos históricos relacionados com o desenvolvimento da fronteira madeireira. A determinação dos fatores de degradação de cada período foi realizada por meio de análise de regressão cujos resultados revelaram a persistência de variáveis independentes relacionadas com três fatores nos períodos de analisados: o desmatamento, o fogo florestal e as estradas, representados pelas variáveis distância de áreas desmatadas, distância de áreas queimadas e distância de estradas. Nos dois últimos períodos foram acrescentadas ao modelo as variáveis Densidade de Kernel de focos de calor e distância de planos de manejo. A maior importância da variável Densidade de Kernel de focos de calor, apenas a partir do segundo período pode ser explicada devido à maior disponibilidade de dados. No caso da variável distância de planos de manejo, sua presença no modelo pode ser explicada devido ao estabelecimento de políticas de controle do desmatamento que definiram critérios para a exploração dos recursos florestais. Apesar das três variáveis terem persistido nos modelos nos três períodos, sua contribuição variou. No primeiro período, a variável que mais contribuiu para explicar a intensidade de degradação foi a distância de queimadas caracterizando a fase inicial de ocupação x da região onde o sistema corte-queima da floresta para implantação de culturas e pasto predominava na região. No segundo período, a maior contribuição foi da variável distância de áreas desmatadas, esse período foi o que apresentou os anos com os maiores índices de desmatamento na cena analisada. Por fim, no terceiro período, há um maior equilíbrio em relação ao peso das variáveis, mas as variáveis distância de estradas e distância de planos de manejo se destacaram. A importância das estradas neste período ocorreu devido a melhoria e expansão da malha viária impulsionada pelo agronegócio, o que facilitou o acesso a floresta. Ao mesmo tempo, o modelo deste período indica que as políticas públicas de controle e combate à exploração ilegal de madeira a partir da criação de planos de manejo florestal passaram a ser mais eficazes na região. A abordagem utilizada para identificar os fatores que influenciaram a degradação florestal em cada período se mostrou adequada e possibilita a recomendação de ações individualizadas que garantam controle mais eficaz da degradação florestal em áreas que possuem contextos históricos e que apresentam características semelhantes às da área de estudo.

Para acesso ao trabalho completo acesse: http://mtc-m21b.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m21b/2017/08.02.18.22/doc/publicacao.pdf

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